sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Dezembro

Em três semanas instaurou-se o caos. O caos de ter que, de repente, parar tudo. Esvaziar a mente, silenciar o corpo, esquecer o tempo. E todo o movimento preciso, todas as horas de trabalho indo embora assim, sem explicação, sem nome, sem solução. Como é que o corpo da gente de repente diz "não" e a gente tem que aceitar.
Em três semanas algo deveria mudar. A relação com o mundo, o entender de mim, o querer viver. Algo deveria me dizer que não dá pra correr tanto e superar tanto limite de uma vez só. Só 21. Calma, menina, que ainda há de haver amanhã.
E houve. Houve a solução, houve o cuidado e a calma. Houve a conclusão de tudo "aos trancos e barrancos". Sabe-se lá como.
Sei que mudou o sonho. Ficou mais forte, parece. Vai chegando dezembro, o coração fica mais terno. Parece procurar motivo pra recomeçar, e aí acha essência, volta o sonho e todas as coisas que moveram o ano.
Note: é preciso poesia, paixão e calma. É preciso lembrar de dezembro.

domingo, 16 de novembro de 2008

O Rosa

Por hora, deixo um Rosa falar:

"Quem mói no aspr'o não fantaseia"

e deixo o outro Rosa cantar:

"Quem vive sambando leva a vida pro lado que quer"

[buscando encontrar um motivo ou uma saída para este cansaço generalizado]

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

When the things aren't in the place

Quando as coisas não estão no lugar
O dia clareia, o céu fica branco
O vento me leva e eu vou

Quardo a tarde anoitece
e o céu fica escuro
tenho medo de tudo, mas vou

Mas quando o dia é de sol
e as coisas parecem estar no lugar,
eu, sem medo e sem vento,
só finjo que vou.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

...e o meu medo mais bobo

Às vezes é preciso chorar. E é nessas horas que eu fecho a porta do quarto, me jogo na cama e me curvo sobre mim mesma, pensando que tenho em mim todos os males do mundo, todas as frustrações. Choro convulsivamente, até não poder mais, ou até eu perceber que é só MINHA solidão, MINHAS frustrações, o que EU sou ou deixo de ser. É só meu egoísmo. E aí levanto da cama e quase sempre tento simular sorrisos, para que ninguém perceba que chorei. Bobagem. Todos sabem, todos vêem, quase sempre. Eu quase nunca escondo minhas dores, ou pelo menos não o reflexo delas. E, principalmente, quase nunca sei nomeá-las.
Todo dia acordo com as mesmas dúvidas e dores, com a mesma não-vontade e com o mesmo desejo louco de viver. Todo dia pego o ônibus lotado e vou para a faculdade com sono. E assisto a aulas que não me interessam muito, e faço um esforço sincero para prestar atenção e entender alguma coisa. Às vezes durmo. Quase nunca pergunto. Acho isso um defeito imenso e me culpo por isso todos os dias. Bobagem.
Tenho um sonho imenso, com o qual tenho aprendido a lidar. Não sou atriz, não sou escritora, e enquanto eu negar o que quero ser, continuarei a não ser nada. E quase sempre quando choro é quando me vejo no nada, nesse nada imenso que construi[ram?] para mim.
E aí vou para o teatro - meu medo mais bobo? -, meu nada mais completo e que tento entender e viver todos os dias.
Intenso é todo momento que escolho o presente, ao invés de escolher o medo. Difícil é viver e se encontrar e se desencontrar.
Acho que estou crescendo.

domingo, 26 de outubro de 2008

Eu, que quase sempre lúcida. Eu, que quase sempre ingênua, quase sempre superficial. Abandonei meus pensamentos na primeira curva de felicidade. Abandonei qualquer tentativa de fazer da vida mais essência. Eu ia falar da sua poesia. A cada dia te sinto mais madura em idéias, mas ainda há uma ingenuidade pra dizer. Resolvi olhar no espelho e você estava lá, igual. Como é que eu te digo o que é tão meu?
Aí penso que ando vivendo por nada, no vazio das coisas. Penso que não penso. Mas quando a poesia me entra como um sopro na alma, todas as minhas defesas caem. E eu lembro da menina que se fala "vai" a cada frio na barriga antes da cena, do exercício da vida. E eu lembro da voz que me fala "vai" todo dia de manhã quando não quero acordar. E penso que, de alguma forma, há essência na vida.
Talvez falte só é coragem pra olhar no espelho.

sábado, 11 de outubro de 2008

Acho que a vida às vezes é maior do que a gente.

Lembro-me desse mesmo lugar, nessas mesmas tardes de setembro. O mesmo sol castigando minha pele, meus ombros cansados de carregar a mochila e lá dentro o mundo. E cá dentro meu sol e meu mundo, que sei lá o que eram. Meus olhos distantes, você no meu peito. Eu me lembro. Porque os dias são todos iguais mesmo. Por mim, passaram: pessoas, lugares, eu mesma. Mas os dias são tão iguais que penso que eu mesma fiquei. Na lembrança de alguém, eu passei. Como passam as horas e os anos, como ficam os dias sem data.

domingo, 14 de setembro de 2008

Frases

Um dia todo mundo é só, e se encontra. Um dia a gente vê que o carro já não serve, porque a gente está cego. E a gente vê que a felicidade é florzinha pequena no meio de um rozeiral. É preciso o nada pra gente ver claro.

E tudo parece auto-ajuda, mas é pensamento mal traduzido...

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Aránde Gróvore

Não sou de ficar exaltando coisas já consagradas. Jogar confetes, não sou. Porque é muito fácil falar que Galpão é bom. Tem nome, sabe? Ainda que você não faça teatro, certamente já ouviu falar no Galpão. Se não faz, mas é um pouco mais informado, já ouviu falar da Luna Lunera. Dificilmente ouviu falar do grupo Trama, por exemplo. Então, o Galpão não precisa dos meus confetes, embora eu quase sempre tenha que jogá-los, sim.
Não venho falar do Grupo Galpão, no entanto. Aránde Gróvore é um projeto do Galpão Cine Horto - o projeto Cine Horto Pé na Rua -, com direção da Inês Peixoto, mas com atores oriundos do Oficinão 2007. Gente que não recebe muito confete, normalmente. E venho jogá-los.
Aránde Gróvore trás o universo fantástico de todas as formas possíveis. Uma grande árvore, no parque municipal, compõe o cenário. O público fica em volta, sentado no chão de terra coberto por galhos e folhas secas. É inacreditavelmente apropriado. O fantástico é mais real do que a realidade. A criação de sons, as músicas, as interpretações, tudo nos leva para um lugar bom de ver. Tudo nos convida, nos faz sentar e ouvir uma história. O verdadeiro papel do teatro, eu acho.
O mais impressionante, no entanto, é o trabalho com a linguagem. Uma mistura de português, francês, inglês, latim, grego, etc; ou simplesmente uma língua fantástica, uma brincadeira, um jogo. Toda ludicidade e seriedade do trabalho nos fazem acreditar naquilo, entrar naquele universo e deixar-se encantar pelo conto de fadas vivido.
Sim, a peça me toca e me encanta. E jogo meus confetes todos para eles. Poucas vezes farei isso, ainda mais de forma escrita. Mas...

"eles merecem, eles merecem!!"

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Queria

Eu queria... fazer de cada dia de sol uma poesia.

[queria não ser tanto assim
e saber viver mais de mim.
Toda noite, quando vem o sono
queria escolher o sonho da noite
queria que fossem doces as manhãs
queria saber felizes as lágrimas
queria que o mar não fosse tão salgado
que todo algodão fosse doce, eu queria,
queria sua pele todo dia
queria força no salto e leveza na queda
queria guardar o amor num cofrinho
queria dançar na ponta dos pés]

mas nunca aprendi o alfabeto...


[e quando ouso choro]

domingo, 17 de agosto de 2008

Cumpleaños

Cumpleaños. Cumpro anos, ano após ano. Envelheço, enterneço, esqueço das coisas, me esqueço. Quase esqueço que são só vinte. Amanhã e um.

E que venha.

Cumpleaños feliz...

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

- Que se eu fosse menina, tava tudo bem. Era só me esconder atrás das bonecas e brincar de ser outra pessoa. Mas agora me poupe, não dá mais! Os anos pesam sobre meu rosto, minhas olheiras, minha noite mal dormida. E você aí, me olhando, como se eu tivesse resposta.
- Sabe o que eu queria? O que eu queria mesmo? Era ser trapezista. Porque eu acho, eu acho que a pessoa no circo tem mais liberdade. Ninguém vai parar o espetáculo e mandar a pessoa descer porque é perigoso. O risco é bonito na arte.
- O risco é minha resposta. Não gosto. Tudo planejado, bem cuidado. É seguro demais e eu não gosto. Quero o frio na barriga, mas ainda tenho medo.
- Que se eu fosse menina, tava tudo bem.

sábado, 14 de junho de 2008

O tamanho do Céu

Tem dias que a gente olha pro céu quando está escuro, e se sente sozinho e pequeno demais, e dá um aperto no peito e uma vontade de rezar baixinho pra Deus segurar nossa mão. Pra Deus perdoar os pecados e tirar esse aperto do peito, que a gente não quer isso, não. E aí a gente pensa que Deus deve estar escutando e deve ter escutado outro dia também, quando a gente disse tudo aquilo que quis e não quis dizer. Dá vontade de correr pro colo da mãe e chorar, chorar, chorar, até adormecer.
Tem dias que a gente é tão forte que o céu cobre a gente de um jeito, pra mostrar que essa força não é nada, pra mostrar o tamanho da gente.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Casa da Praia

A casa já havia sido tomada pela areia e os móveis corroídos pelo sal. Fazia mais de um ano que ninguém entrava lá, até que ela resolveu entrar. Fazia um esforço enorme para fingir que não percebia que o que estava acabado não era a casa, mas o lar.

Já haviam se acusado, se arrependido, mentido, desmentido e até pedido pra voltar, mas nada terminava no "felizes para sempre". E talvez não haja nem felicidade nem sempre, pensava. Mas havia duas vidas destruídas por pequenos e constantes grãos de areia e diluídas doses de sal. Havia amor onde agora há destroços.

A casa da praia era dela, mas ela não sabia o que fazer com tantos restos.

Mas o que a fez se atirar no mar pela última vez naquela tarde foi perceber que o amor é uma mentira enorme, um conto de fadas que nos contam a vida inteira, até que um dia alguém grite "primeiro de abril" e tudo acabe morrendo na praia.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Um tom só

Eu tenho a culpa do ócio. Devo fazer mais do que consigo ou preciso para ser devidamente aceito nos meios sociais que convivo. Eles contam as horas e os minutos - às vezes até os segundos - que fico sem produzir. No fim do dia, cobram tudo, centavo por centavo, no meu travesseiro afundado pelo peso da cabeça que pensou demais e que se culpa demais. Quem guia meus passos é o relógio, preciso, implacável. Tenho segundos contados para sofrer uma ação e emitir uma resposta; e preciso emitir muitas respostas, o dia inteiro. Parênteses: Creio que já deixaram de ser respostas e viraram emissões aleatórias, mas ainda não estou certo disso, pois não parei para pensar no assunto - fecha parênteses. Tenho pensado em muitas coisas, mas não tenho tempo de registrar meus pensamentos, já que o tempo do registro não é interessante para eles, e então vem novamente a culpa do ócio. Acho que sou ansioso e tenho pensamentos fragmentados. Eles perguntam o que eu quero dizer, o que eu preciso dizer, mas tudo que eu consigo é calar. Tenho uma vida tão cansativa quanto este texto de um tom só. Um tão só.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Dia Mundial do Teatro

Embora o teatro como conhecemos no ocidente tenha lá sua origem na Grécia alguns séculos (uns 5) antes da era cristã, a profissão de ator é algo recente. Recente e recentemente decente. Decente?
Atores foram, durante muito tempo, escravos, prostitutas, vagabundos, ou qualquer outra espécie marginalizada. E isso não é pré-histórico. Falo de década de 1950 no Brasil (e aí falo de prostitutas e vagabundos, uma vez que escravos já estavam teoricamente livres).
Hoje o mundo é diferente. Já houve woodstock e as pessoas se despiram de seu moralismo. A geração anterior à minha é das hippies da savassi e dos marxistas de buteco. "Deixa o cara se expressar, ele é livre" - falam essas espécies a respeito do ator - "eu também já fumei maconha..."

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Acontece é que estamos no meio de um processo de transformação na visão da sociedade sobre o ator - e talvez do teatro, sabe-se lá. Hoje nós não precisamos mais andar com uma carteirinha para não sermos confundidos com marginais (embora sejamos, vez em quando). Hoje temos faculdade - eba!! -, sindicato (bom ou mau, temos), e alguns da classe - às vezes independente de sua qualidade artística - obtém reconhecimento.
A TV nos deu muito crédito. Ou tirou o crédito de atores do teatro (que ator nunca escutou no início de sua carreira: "quando eu vou te ver na Globo?"?!). Mas fato é que as coisas estão melhorando. Devagar, muito devagar, mas estão.

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Hoje é dia do teatro. Muita coisa deve ser questionada. Leis de incentivo, formação de público crítico, formação de ator, etc, etc, etc. O papo vai longe e hoje eu vou numa manifestação contra a lei Rouanet (sim, temos outra opção). Uma manifestação-BAILE. Afinal, nós atores gostamos de nos divertir, também. A gente luta, na verdade, por aquilo que todo ser humano no fundo quer (ou deve querer): trabalhar decentemente com algo que nos faz [muito] feliz. E que acrescenta algo à sociedade.


Posso ser atriz? Obrigada.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Semana Santa

Santo feriado esse. Daqueles que vem na hora certa pra gente se reorganizar, se recuperar. Passover.

Não que eu esteja num dos meus momentos mais católicos (e isso não tem nada a ver com fé), mas essa coisa toda mexe comigo. Há algo em mim, algo de cultura, de história, de fé, sei lá, algo que me faz estar em um clima diferente nessas datas (e me refiro especialmente à Páscoa e ao Natal). Ocidente, talvez.

Sei que me bate assim um quê de introspecção, que me dá vontade de orar, de contemplar. E não sei se falo de fé. É que essas coisas têm estado misturadas e não sei bem mesmo como/se dividir.

Me dá vontade de ser melhor, mas desejo é uma coisa abstrata, às vezes.

É preciso esvaziar para ver nascer.

Feliz Pasch.

sexta-feira, 7 de março de 2008

fragmento

é minha vontade de estar em par
[você]

gota d'água

Por você, mais nenhum sacrifício.

Nunca te neguei um beijo
Ao contrário, fui inteira
sempre que você pediu
Nunca te neguei sorrisos
Sempre soltei gargalhas
e você nem viu
Nunca discuti com você
sempre escutei calada
todos os gritos seus
E agora você vem dizer
que o seu samba é pra outra?

"Faça não,
pode ser a gota d'água....

terça-feira, 4 de março de 2008

deixo pra depois

o post que penso em escrever e nem lembro mais sobre o que era. o e-mail que só preenchi o campo "para" e desisti de falar. as emoções cristalizadas para serem redescobertas num momento mais oportuno (quando?). a leitura daquele livro que me mudaria a vida. as horas de sono que perco me forçando a ficar acordada para fazer algo que deixei pra depois.

só não deixo pra depois o agora. respiro e sinto a energia. não deixo pra depois meus sonhos [planos, se preferir]; deles eu não abro mão. não deixo pra depois o sorriso, nem a lágrima, se tiver que ser. não deixo pra depois a alegria-cansaço de viver profundo. e sigo, até onde o cansaço for alegre, o sono for leve e o viver for profundo.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Diário de Bordo

[o 3º dia]

- Deixe que eu te sinta
Deixo todos os sentidos
tocando o corpo seu
Esquece o que se diz
Por aí, o mundo é estranho
As pessoas e seus pudores demais
E seus medos demais
E seus sonhos demais

Nos seus olhos posso ver desejo
e alguma dose de timidez
Não desvia! Mantém aqui, em mim
Energia! Você já não pertence a eles.
Você quis.
É escolha, você diz.

Deixe que se confunda tudo à meia luz
sombras e sorrisos - já não sei se é bom ou ruim -
É estranho, as pessoas e suas loucuras demais
Mas é entrega, deixa estar.

[Ainda resta um dia e o Grand Finale, que inicia de fato uma nova era]

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Férias

Post dividido em títulos. Andei por vilarejos, e agora venho contar.

De volta ao Vilarejo

No fim da rua, uma igreja
No topo da serra, a neblina
E as pessoas conversam como se nem notassem


Foi onde tudo começou. As tardes amarelas de sol e sorriso. O cheiro de cigarro e do álcool. A liberdade e a solidão (ou vice-versa). E principalmente o letreiro me lembrando que a vida começa depois do filme. Um texto apagado e um passado se mostrando de novo. No presente, tenho novas possibilidades. É que os fatos parecem os mesmos, mas algo está diferente - e sempre falo de mim. É de dentro pra fora um novo Vilarejo. Um novo roteiro, a vida. Levo a sério. Leve não, Kátia Kelly. Só o bastante para ser feliz. O resto, é coração. E como eu amo o meu vilarejo!

Faço as pazes com o Mar

Não que tivesse brigado, mas havia alguma mágoa, sim. É como se o mar fosse culpado por minhas lágrimas - eles são tão parecidos, afinal. E não há como não sentir melancolia diante de uma paisagem tão imensa e calma e forte. Mas me rendi. Me rendi às ondas que quebravam me pedindo desculpas por serem tão vivas. Me rendi aos coqueiros e à areia. À decida da serra. Me rendi ao vento no litoral. Porque se Minas tivesse mar, ele seria igualzinho àquele, cercado por Montanhas Gerais. O mar batiza a(s) paz(es) em mim.

O amor é diamante

Tinha medo. Era longe de mim, era muito pra mim. Era barulho demais e quase nada de paz. Era tudo e era imaginação. Era a van e o caminho mais longo pela noite e pela entrada perdida. Era longe demais pra chegar com um sorriso. Chorei. Era homesick, de cara. Mas era farra e festa. Surge o sorriso, que não me deixa mais, que aparece nem que seja no finzinho de um dia de chuva. Liberdade e solidão, não é mesmo? Era o cansaço demais, era a festa demais, era tudo demais. Baco, Dionísio, sei lá. Alguém deve explicar pra quê tanta cerveja e corpos desnudos. Alguém deve explicar. Ninguém pôde entender o que eu fazia lá. Nem eu. E eu só queria dormir alguns instantes, entende? Juro que não queria perder tempo; só ganhar energia. Pílulas e bebidas não me atraem. Mas a música é boa. Muito boa, aliás. Esse som de tambores faz bater em paz meu coração, numa paz limpa. Me leva de volta à origem. Medo? Liberdade e solidão, eu acho. Mas sempre há salvação, no fim das contas. E a gente precisa ser mais a gente, mais sincero. Os últimos instantes me trouxeram um clima de encontro: Deus sempre presente. Tudo está bem quando acaba bem. Tenho sono.

Lar, doce lar

É que a vida começa depois do carnaval. Reticências.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

estações

Mando notícias da terra do sol. E da chuva.
O tempo por aqui anda louco e meu corpo sofre duras consequências.
Tenho variado entre dois dias de cama e dois dias com saúde. É esse também o tempo que dura cada estação. Agora, por exemplo, é outono. Começa a esfriar e as folhas caem sem parar. Em breve todas as árvores estarão nuas; mas o céu está limpo.
Gosto particularmente é da primavera, quando posso sair no jardim para ver as flores. Há flores de todos os tipos na primavera! Me agradam mais as amarelas. E é dessa cor que fica a parede do meu quarto quando estou doente: uma mistura da minha febre com o sol do verão demais.
Você não deve se lembrar do meu quarto. Já quase me esqueci do seu rosto, também. Veja como o tempo anda passando depressa... Só não se esqueça de mim, que não me esqueço de você. De alguma coisa que nos unia, que era como uma tarde amarela com balões coloridos e crianças brincando. Acho que era um verão primaveril. Disso eu me lembro bem, e se pareço em dúvida é por não saber descrever.
Despeço-me, que já é tempo.
Reze por dias de sol, para que eu possa passear no jardim. Da próxima vez, mando-te pétalas das flores amarelas.
Saudações brancas de neve e de paz.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Vocês.

Vocês são diferentes, eu sei. Diferentes de mim. Ou eu é que sou diferente de vocês. Às vezes prefiro só observar, calada, de lado, com um leve sorriso no rosto. Às vezes, às gargalhadas, confesso. Mas eu amo cada um de vocês. Do jeito que vocês são e de um amor calmo e intenso, como penso que devem ser todos os amores sinceros. Ah, como eu amo estar com vocês... volto pra casa com o coração sereno, como depois de uma conversa com velhos amigos. Vocês são. Tão diferentes de mim, que me pergunto como é possível. Questiono os meus valores, os de vocês, e não acho que ninguém está certo ou errado. Estamos felizes. E dá gosto de ver. Como uma tarde de sol e sorrisos. Como nós.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

por vilarejos

eu ando por vilarejos
as vezes me encontro
as vezes me perco
troco trilhas
traço estradas
tento atalhos
busco um norte
ganho a sorte
e vou... por aí,



Ano novo, blog novo!!
Ah, nada como recomeçar! Imaginar que temos a chance de repensar os erros, fazer novos planos, traçar metas e... aqui paro. 'Doismileoito' começa como um ano "sem metas". Nada de enumerações de planos que pretendo cumprir. Tenho lá minhas vontades e meus valores, mas não é o momento pra listas. Que venha, novo.

Eu, daqui, vou caminhando pelos meus vilarejos. Criando meus "lixos virtuais", como diz a Ana. Mas eu me arrumo.

Feliz blog novo! =]