quinta-feira, 26 de março de 2009

parte de mim

e toda poesia
todas as cores do dia
todos os dias de sol
tudo terá sempre um pouquinho de seu

meu menino mel

sábado, 14 de março de 2009

acho que não quero mais chorar os mortos tão mortos dentro de mim o vazio de não lembrar de mais nada no corpo na alma em qualquer lugar que eu possa sentar e chorar e chorar no seu colo muito pequeno e chorar sobre a morte e a vida e a falta de escolha e necessidade de ser eu mesma a terra sempre a engolir os mortos a toda hora a todo segundo eles se vão dentro de mim e dentro de mim há espaço pra vida e há espaço para ser para sempre essa vontade de recomeçar de redescobrir-se e ser e ser e ser
de todas as belezas já ditas
de tudo já vivido
de todas as horas que passei por aí

do meu corpo, nem devasso nem santo
do meu peito, campo vazio
das pessoas que eu não conheci

resta apenas:
esquecimento

["e essa lacuna é tudo"]