quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Diário de Bordo

[o 3º dia]

- Deixe que eu te sinta
Deixo todos os sentidos
tocando o corpo seu
Esquece o que se diz
Por aí, o mundo é estranho
As pessoas e seus pudores demais
E seus medos demais
E seus sonhos demais

Nos seus olhos posso ver desejo
e alguma dose de timidez
Não desvia! Mantém aqui, em mim
Energia! Você já não pertence a eles.
Você quis.
É escolha, você diz.

Deixe que se confunda tudo à meia luz
sombras e sorrisos - já não sei se é bom ou ruim -
É estranho, as pessoas e suas loucuras demais
Mas é entrega, deixa estar.

[Ainda resta um dia e o Grand Finale, que inicia de fato uma nova era]

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Férias

Post dividido em títulos. Andei por vilarejos, e agora venho contar.

De volta ao Vilarejo

No fim da rua, uma igreja
No topo da serra, a neblina
E as pessoas conversam como se nem notassem


Foi onde tudo começou. As tardes amarelas de sol e sorriso. O cheiro de cigarro e do álcool. A liberdade e a solidão (ou vice-versa). E principalmente o letreiro me lembrando que a vida começa depois do filme. Um texto apagado e um passado se mostrando de novo. No presente, tenho novas possibilidades. É que os fatos parecem os mesmos, mas algo está diferente - e sempre falo de mim. É de dentro pra fora um novo Vilarejo. Um novo roteiro, a vida. Levo a sério. Leve não, Kátia Kelly. Só o bastante para ser feliz. O resto, é coração. E como eu amo o meu vilarejo!

Faço as pazes com o Mar

Não que tivesse brigado, mas havia alguma mágoa, sim. É como se o mar fosse culpado por minhas lágrimas - eles são tão parecidos, afinal. E não há como não sentir melancolia diante de uma paisagem tão imensa e calma e forte. Mas me rendi. Me rendi às ondas que quebravam me pedindo desculpas por serem tão vivas. Me rendi aos coqueiros e à areia. À decida da serra. Me rendi ao vento no litoral. Porque se Minas tivesse mar, ele seria igualzinho àquele, cercado por Montanhas Gerais. O mar batiza a(s) paz(es) em mim.

O amor é diamante

Tinha medo. Era longe de mim, era muito pra mim. Era barulho demais e quase nada de paz. Era tudo e era imaginação. Era a van e o caminho mais longo pela noite e pela entrada perdida. Era longe demais pra chegar com um sorriso. Chorei. Era homesick, de cara. Mas era farra e festa. Surge o sorriso, que não me deixa mais, que aparece nem que seja no finzinho de um dia de chuva. Liberdade e solidão, não é mesmo? Era o cansaço demais, era a festa demais, era tudo demais. Baco, Dionísio, sei lá. Alguém deve explicar pra quê tanta cerveja e corpos desnudos. Alguém deve explicar. Ninguém pôde entender o que eu fazia lá. Nem eu. E eu só queria dormir alguns instantes, entende? Juro que não queria perder tempo; só ganhar energia. Pílulas e bebidas não me atraem. Mas a música é boa. Muito boa, aliás. Esse som de tambores faz bater em paz meu coração, numa paz limpa. Me leva de volta à origem. Medo? Liberdade e solidão, eu acho. Mas sempre há salvação, no fim das contas. E a gente precisa ser mais a gente, mais sincero. Os últimos instantes me trouxeram um clima de encontro: Deus sempre presente. Tudo está bem quando acaba bem. Tenho sono.

Lar, doce lar

É que a vida começa depois do carnaval. Reticências.