sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Dezembro

Em três semanas instaurou-se o caos. O caos de ter que, de repente, parar tudo. Esvaziar a mente, silenciar o corpo, esquecer o tempo. E todo o movimento preciso, todas as horas de trabalho indo embora assim, sem explicação, sem nome, sem solução. Como é que o corpo da gente de repente diz "não" e a gente tem que aceitar.
Em três semanas algo deveria mudar. A relação com o mundo, o entender de mim, o querer viver. Algo deveria me dizer que não dá pra correr tanto e superar tanto limite de uma vez só. Só 21. Calma, menina, que ainda há de haver amanhã.
E houve. Houve a solução, houve o cuidado e a calma. Houve a conclusão de tudo "aos trancos e barrancos". Sabe-se lá como.
Sei que mudou o sonho. Ficou mais forte, parece. Vai chegando dezembro, o coração fica mais terno. Parece procurar motivo pra recomeçar, e aí acha essência, volta o sonho e todas as coisas que moveram o ano.
Note: é preciso poesia, paixão e calma. É preciso lembrar de dezembro.