quinta-feira, 27 de março de 2008

Dia Mundial do Teatro

Embora o teatro como conhecemos no ocidente tenha lá sua origem na Grécia alguns séculos (uns 5) antes da era cristã, a profissão de ator é algo recente. Recente e recentemente decente. Decente?
Atores foram, durante muito tempo, escravos, prostitutas, vagabundos, ou qualquer outra espécie marginalizada. E isso não é pré-histórico. Falo de década de 1950 no Brasil (e aí falo de prostitutas e vagabundos, uma vez que escravos já estavam teoricamente livres).
Hoje o mundo é diferente. Já houve woodstock e as pessoas se despiram de seu moralismo. A geração anterior à minha é das hippies da savassi e dos marxistas de buteco. "Deixa o cara se expressar, ele é livre" - falam essas espécies a respeito do ator - "eu também já fumei maconha..."

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Acontece é que estamos no meio de um processo de transformação na visão da sociedade sobre o ator - e talvez do teatro, sabe-se lá. Hoje nós não precisamos mais andar com uma carteirinha para não sermos confundidos com marginais (embora sejamos, vez em quando). Hoje temos faculdade - eba!! -, sindicato (bom ou mau, temos), e alguns da classe - às vezes independente de sua qualidade artística - obtém reconhecimento.
A TV nos deu muito crédito. Ou tirou o crédito de atores do teatro (que ator nunca escutou no início de sua carreira: "quando eu vou te ver na Globo?"?!). Mas fato é que as coisas estão melhorando. Devagar, muito devagar, mas estão.

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Hoje é dia do teatro. Muita coisa deve ser questionada. Leis de incentivo, formação de público crítico, formação de ator, etc, etc, etc. O papo vai longe e hoje eu vou numa manifestação contra a lei Rouanet (sim, temos outra opção). Uma manifestação-BAILE. Afinal, nós atores gostamos de nos divertir, também. A gente luta, na verdade, por aquilo que todo ser humano no fundo quer (ou deve querer): trabalhar decentemente com algo que nos faz [muito] feliz. E que acrescenta algo à sociedade.


Posso ser atriz? Obrigada.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Semana Santa

Santo feriado esse. Daqueles que vem na hora certa pra gente se reorganizar, se recuperar. Passover.

Não que eu esteja num dos meus momentos mais católicos (e isso não tem nada a ver com fé), mas essa coisa toda mexe comigo. Há algo em mim, algo de cultura, de história, de fé, sei lá, algo que me faz estar em um clima diferente nessas datas (e me refiro especialmente à Páscoa e ao Natal). Ocidente, talvez.

Sei que me bate assim um quê de introspecção, que me dá vontade de orar, de contemplar. E não sei se falo de fé. É que essas coisas têm estado misturadas e não sei bem mesmo como/se dividir.

Me dá vontade de ser melhor, mas desejo é uma coisa abstrata, às vezes.

É preciso esvaziar para ver nascer.

Feliz Pasch.

sexta-feira, 7 de março de 2008

fragmento

é minha vontade de estar em par
[você]

gota d'água

Por você, mais nenhum sacrifício.

Nunca te neguei um beijo
Ao contrário, fui inteira
sempre que você pediu
Nunca te neguei sorrisos
Sempre soltei gargalhas
e você nem viu
Nunca discuti com você
sempre escutei calada
todos os gritos seus
E agora você vem dizer
que o seu samba é pra outra?

"Faça não,
pode ser a gota d'água....

terça-feira, 4 de março de 2008

deixo pra depois

o post que penso em escrever e nem lembro mais sobre o que era. o e-mail que só preenchi o campo "para" e desisti de falar. as emoções cristalizadas para serem redescobertas num momento mais oportuno (quando?). a leitura daquele livro que me mudaria a vida. as horas de sono que perco me forçando a ficar acordada para fazer algo que deixei pra depois.

só não deixo pra depois o agora. respiro e sinto a energia. não deixo pra depois meus sonhos [planos, se preferir]; deles eu não abro mão. não deixo pra depois o sorriso, nem a lágrima, se tiver que ser. não deixo pra depois a alegria-cansaço de viver profundo. e sigo, até onde o cansaço for alegre, o sono for leve e o viver for profundo.