Às vezes é preciso chorar. E é nessas horas que eu fecho a porta do quarto, me jogo na cama e me curvo sobre mim mesma, pensando que tenho em mim todos os males do mundo, todas as frustrações. Choro convulsivamente, até não poder mais, ou até eu perceber que é só MINHA solidão, MINHAS frustrações, o que EU sou ou deixo de ser. É só meu egoísmo. E aí levanto da cama e quase sempre tento simular sorrisos, para que ninguém perceba que chorei. Bobagem. Todos sabem, todos vêem, quase sempre. Eu quase nunca escondo minhas dores, ou pelo menos não o reflexo delas. E, principalmente, quase nunca sei nomeá-las.
Todo dia acordo com as mesmas dúvidas e dores, com a mesma não-vontade e com o mesmo desejo louco de viver. Todo dia pego o ônibus lotado e vou para a faculdade com sono. E assisto a aulas que não me interessam muito, e faço um esforço sincero para prestar atenção e entender alguma coisa. Às vezes durmo. Quase nunca pergunto. Acho isso um defeito imenso e me culpo por isso todos os dias. Bobagem.
Tenho um sonho imenso, com o qual tenho aprendido a lidar. Não sou atriz, não sou escritora, e enquanto eu negar o que quero ser, continuarei a não ser nada. E quase sempre quando choro é quando me vejo no nada, nesse nada imenso que construi[ram?] para mim.
E aí vou para o teatro - meu medo mais bobo? -, meu nada mais completo e que tento entender e viver todos os dias.
Intenso é todo momento que escolho o presente, ao invés de escolher o medo. Difícil é viver e se encontrar e se desencontrar.
Acho que estou crescendo.
Me leva! dançando...
Há 11 anos