segunda-feira, 22 de março de 2010

M.

Naquele dia, eu parei. Naquele dia que eu não sei precisar bem qual é, mas sei que aconteceu. Meu coração em silêncio, meu corpo em silêncio, meu sorriso sincero. Eu parei e fechei o rosto. E fechei o resto do corpo e calei o silêncio que havia em mim. Naquele dia eu fui igual àqueles que eu nunca quis me igualar. Eu, morrendo de infarto aos 35 anos. Eu sempre soube, no fim. Só não sabia que seria assim, tão gradativo. Meu sonhos morrendo de medo e de vergonha, muito antes dos 30. Não me dei tempo para pensar, não me dei tempo para mudar, não me deixei mais estar em silêncio. Naquele dia eu parei e segui nesta direção. Eis-me aqui, débil e vil.

Um comentário:

Fabiano Rabelo disse...

débil e vil, é assim que me sinto. júlio cortazar disse sobre isso com a expressão "vomitar coelhinhos". seria suave, mas não é.